4 de abril de 2016

Domingo


Você não reparou no meu vestido e eu sai de casa sem me importar se era florido ou não. Aprendi a apreciar  minha companhia. Aqui fora, vejo no caos e toda a calmaria que não encontrei com você.

A verdade é que gosto de sair por aí, às vezes, sem rumo quando as coisas não estão muito bem. Amo minhas expectativas, mas elas também me decepcionam. Vivo procurando por lugares calmos, aprecio nos detalhes as coisas que você não repara. É que, às vezes, preciso de uma pausa. Assim, comigo, e assim, com você. 

Me encontro até nesses pequenos detalhes, nessa preferência pelo “ora tudo e ora nada”. Não nos surpreendemos e tampouco fomos surpreendidos, mas estávamos assim, você lá e eu aqui, numa distância que não era física.




29 de janeiro de 2016

São tantos os porquês


Certo dia, alguém havia me perguntado o porquê do meu sumiço no Blog, e o porquê das minhas infinitas desculpas que sempre arranjava para não sair de casa a noite. Boa parte do meu tempo me dedico escrevendo e as desculpas eram sempre as mesmas, só não dizia que ainda estava escrevendo na madrugada porque sabia que alguém me chamaria de louca e de insociável. Talvez esse alguém, tenha sentido a minha falta.
Pra começar, são tantos os porquês e são tantas as perguntas sem respostas.
Não preciso de mais nada além de café e Tchaikovsky tocando, enquanto separo minhas xícaras. Adoro minhas crises melancólicas e a capacidade que elas fazem de querer não me deixar dormir a noite.  
Encontrar companhia nas palavras que escrevo, anotar minhas loucuras e guardar no fundo da gaveta, esperando que um dia, por acaso, que eu abra, ache, leia, e me sinta surpresa por elas finalmente terem algum sentido.
Falo sozinha, escrevo para me sentir menos patética e escrevo para fugir um pouco desse mundo cada vez mais confuso e de pessoas vazias.
A verdade é que eu nunca vou saber as respostas, nunca vou saber o que sou, o que quero, o que faço, e o que espero. A verdade é que eu só sei o que eu sinto. E tudo o que eu sinto me transborda.